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Sobre o ofício de superior e a soberba

Exortações de São Francisco sobre o ofício de superior e a soberba
Os textos latinos e algumas edições em línguas vernáculas chamam-lhes “Admoestações”. Em português traduzimos por “Exortações”, por ter esta palavra, como diz Félix Lopes, um sentido “mais manso”. Sobre a sua autenticidade não existem dúvidas. Tiveram-nas presente Celano e Boaventura; e são atestadas por manuscritos em abundância. Por outro lado, quer o conteúdo quer a forma, são tão franciscanos, que Sabatier diz sentir-se tentado a pensar que as “Exortações” seriam fragmentos da Regra de 1221 postos de lado, para não alongar mais o texto. Refazer a sua origem é impossível. Eram, certamente, pensamentos que o santo fundador ia apresentando nas instruções que dava aos irmãos sobre o ideal da vida evangélica, principalmente sobre a santa pobreza. Alguns que lhe terão saído com mais lógica, ou que lhe pareceriam mais pertinentes, tê-los-á mandado escrever. Entre eles, diz Caetano Esser, há “preciosas margaridas de sabedoria espiritual”, de incalculável utilidade para a disciplina e vida dos irmãos menores. No livro que este autor compôs, em forma de meditações, sobre essas pequenas máximas, chama-lhes “Cântico dos Cânticos da pobreza interior”. São de facto a quinta essência da alma franciscana. Não, porém, por serem preciosas sentenças morais e ascéticas, à maneira dos apotegmas dos padres do deserto, mas porque no coração de cada uma delas palpita o zelo pela glória de Deus e a sedução por Jesus Crucificado.

Ninguém se aproprie do ofício de superior 

Eu não vim para ser servido, mas para servir, diz o Senhor (Mt 20, 28). Os que receberam o ofício de mandar nos outros, tanto se gloriem desse ofício, quanto se gloriariam se fossem encarregados de lavar os pés aos irmãos. E sentirem-se, quando os dispensam do ofício, mais do que se sentiriam se o houvessem dispensado de Avisos Espirituais lavar os pés aos irmãos, sinal seria de que entesoiravam para si riquezas, que são perigo para a própria alma. 

Que ninguém se ensoberbeça, mas sim se glorie na Cruz do Senhor 

Ó homem, considera a quanta grandeza o Senhor te levantou, pois te criou, dando-te um corpo à imagem do seu Filho dileto, e dando-te um espírito à sua própria semelhança (Gn 1, 26). E, no entanto, todas as criaturas que há debaixo dos céus, cada uma delas, a seu modo, serve e reconhece e obedece ao seu Criador, bem melhor que tu o fazes. Mais ainda: Não foram os demônios que o pregaram na cruz, mas tu com eles o crucificaste, e ainda agora o crucificas, quando te deleitas nos vícios e pecados. 

Donde te vêm então os motivos para te vangloriares? Supõe mesmo que eras tão arguto e sábio que abarcavas todo o saber (1Cor 13, 2), entendias todas as línguas (1Cor 12, 28), subtilmente perscrutavas todos os segredos dos céus. De nenhuma coisa destas te poderias gloriar, pois um só demônio soube das coisas dos céus, e ainda agora sabe das coisas da terra, mais do que todos os homens juntos, mesmo daqueles que receberam do Senhor luzes especiais da mais alta sabedoria. De igual modo, foras tu o mais famoso e rico dos homens, fizeras até maravilhas como as de expulsar demônios, de nada disso te poderias gloriar, porque tudo isso te seria prejudicial e coisa alguma dessas te pertencia. 8 Pelo contrário, podemos, sim gloriar-nos nas nossas fraquezas (2Cor 12, 15) e no carregar às costas, cada dia, com a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo (Lc 14, 27).  


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Pax et bonum!

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