A Santíssima Virgem é a Arca da Aliança do Novo Testamento, pois levou em seu ventre Jesus, o Verbo Encarnado, o Sumo-Sacerdote da Nova Aliança. Cristo foi concebido pelo poder do Espírito Santo e nutrido no seio da Virgem Maria, conforme professamos no Credo. Sendo assim, a carne puríssima e o sangue imaculado de Maria foram graciosamente concedidos para nutrir e formar o Adorável Corpo do Senhor. Ora, aquela adorável Criança deitada na manjedoura foi fruto do ventre de Maria, carne da sua carne e sangue do seu sangue. A carne de Cristo foi revestida da carne de Maria, e o sangue de Maria revestiu o Corpo adorável de Cristo.
Quando Cristo, tal como se faz presente nas mãos do sacerdote em cada Missa no Sacramento da Eucaristia, na plenitude dos tempos desceu dos Céus para o seio da Virgem Maria se fazendo Homem. Cristo saiu da eternidade e se fez presente em nosso tempo, desceu do seu trono de glória e se humilhou em uma manjedoura. No grande mistério da Encarnação do Verbo Maria Santíssima foi a primeira que prefigurou os fiéis da Nova Aliança, pois foi a primeira que comungou, que recebeu dentro de si a Jesus.
No Sacramento da Eucaristia Jesus se aniquila e se esconde nas espécies do pão e do vinho, e reconhecemos que, além destas humildes aparências, ali está presente tal como no Céu o Senhor dos senhores e Rei dos reis. E não é à toa que o Papa São Pio X, conhecido como o "Papa da Eucaristia", em seu catecismo maior classifica este Santo Sacramento como sendo o maior e mais importante de todos, já que é o próprio Jesus em sua integridade, com seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade que se entrega aos homens.
A alma devota, por sua vez, quando recebe a Jesus Eucarístico efetua quatro uniões especiais com o seu Criador: o Corpo puríssimo e o Sangue Preciosíssimo do Senhor une-se à sua carne decaída pelo pecado e ao seu sangue maculado por inúmeras faltas, e a Alma Santíssima e a Divindade Altíssima do Rei dos Reis une-se à alma pecadora e à sua miséria humana.
No sublime momento da Comunhão a alma devota é purificada, santificada e divinizada pelo Corpo e Sangue de Cristo, como afirmava Santa Gema Galvani em seus êxtases. A graça que nós cristãos temos de receber a Sagrada Eucaristia é um benefício único concedido somente aos homens e mulheres, benefício que sequer foi concedido aos anjos e que é de invejar à própria criação celestial, que desejaria ter a mesma graça que os cristãos receberam, mas que muitas vezes não recebe o devido valor, e cujo Sacramento é tratado como um mero simbolismo. Mal sabem as almas frívolas que ao desprezarem este Sacramento desprezam o próprio Jesus do mesmo modo que os judeus O desprezaram e fizeram com que o Seu preciosíssimo Sangue caísse sobre eles no alto da cruz.
Imitemos Maria Santissima, com todo o seu silêncio e recolhimento, ao recebermos Jesus Eucarístico. Ofereçamos ao nosso Santo Anjo da Guarda todas as nossas Comunhões Eucarísticas para que ele ofereça à Augusta Senhora do Santíssimo Sacramento o seu adorável Filho, para que Ela peça por nós aquilo que não sabemos pedir, o que esquecemos de pedir e o que deveriamos pedir. Em cada Comunhão Eucaristica unamono-nos à Maria para que possamos receber, de acordo com nossa miséria, a Jesus Eucarístico de modo que possamos conseguir o maior número de graças possíveis, e assim, possamos dizer: "não sou eu quem vivo, mas Cristo quem vive em mim".
Rodrigo Gonzaga
Administrador do Apostolado Espírito Franciscano
Administrador do Apostolado Espírito Franciscano
0 comentários:
Postar um comentário