A importância dos irmãos religiosos franciscanos
O Seráfico Patriarca São Francisco, desde o início da Ordem, sempre ressaltou a importância que os irmãos deveriam ter para com os sacerdotes, quer fossem santos, quer fossem pecadores. Entretanto, São Francisco sempre acreditou que os seus irmãos deveriam ser simples, tendo sempre a preferência pelos que eram iletrados, e sempre os admoestava a não buscarem títulos ou riquezas terrenas, nem muito menos almejassem o sacerdócio levianamente. Ora, com este exemplo, São Francisco não queria menosprezar o sacerdócio da Nova Lei, pelo contrário, o exaltava de modo angelical, mas, desde o início do seu movimento, o Pobrezinho de Assis sabia que o verdadeiro sustentáculo da Ordem dos Frades Menores seriam os simples irmãos religiosos, pois a eles pertence a responsabilidade de sustentarem esta grande família franciscana com os seus trabalhos e com as suas orações.
É muito comum vermos grandes santos franciscanos que durante sua passagem nesta vida entregaram-se aos trabalhos mais humildes em seus conventos: São Benedito, São Félix de Cantalice, São Crispim de Viterbo como alguns poucos exemplos entre muitos outros santos. Os trabalhos simples que normalmente são delegados aos irmãos religiosos foram a causa da santificação em vida destes religiosos. Durante toda a sua vida São Francisco de Assis exaltou os sacerdotes que pertenciam à Ordem, mas com muito mais afinco exaltava os irmãos mais pobres e simples. Basta lembrar que boa parte dos primeiros companheiros de São Francisco não eram sacerdotes, mas que alcançaram um altíssimo grau de santidade como muitos sacerdotes da ordem jamais receberam, tendo também sido agraciados com muitos dons místicos. A imagem do Cristo pobre e sofredor é a imagem do irmão religioso. Ao invés destes pobres homens, de ontem e de hoje, poderem ter optado pela vida no mundo, com bens, riquezas e prazeres, escolheram servir a Deus como simples irmãos consagrados no espírito franciscano. Quantas graças e bênçãos dos Céus não recebem estes irmãos a cada dia? Diz uma antiga expressão franciscana: "Servite Pauperes Christi" - Servir aos Pobres de Cristo. O que fazem os irmãos religiosos hoje? São os que se fazem pobres de Cristo para servir ao Cristo Pobre.
Qual é o chamado dos irmãos religiosos na vida franciscana?
Aprofundando-se cada vez mais na união com Deus, buscando por meio do seu Santo Espírito a Sua forma de operar, espelhando-se no Verbo Encarnado e tomando-O como exemplo tanto como no agir como no falar, fazendo Dele o seu único deleite e alegria, e a sua Santíssima Mãe como o grande modelo de um ardente amor angelical, para que assim se possa estar sempre excluindo de sua alma todas as torpezas da carne, tudo aquilo que sirva como grande barreira que impeça a visão Divina, para que desta forma, mesmo estando ele entravado pelos limites da carne, o seu espírito viva como se já estivesse no Céu.
A santa vocação à vida religiosa deverá sempre ser alimentada com a oração, fazendo com que seja fervorosa durante os deleites espirituais, seja paciente e perseverante durante as terríveis aridezes do espírito. A alma do irmão franciscano deve encontrar-se sempre imersa em seu Criador, concentrando Nele todo o seu ser, desenvolvendo tanta força e vigor como um exército em marcha para a batalha, sendo animado com os estímulos do Espírito Santo, que deve sempre conduzi-lo em sua vida como o seu grande formador espiritual. O religioso franciscano que consegue com perfeição adaptar o seu corpo com os trabalhos, suportando as fadigas com resignação, e unindo sua inteligência à vida espiritual, utilizando-a apenas para conhecer melhor o seu Criador, integra-se perfeitamente à espiritualidade de São Francisco de Assis. Portanto, o silêncio e o recolhimento interior, e muitas vezes necessário, o exterior, são os elementos que devem encher a alma do religioso para que ele possa sempre retirar grandes frutos e resultados de suas orações e dos seus trabalhos, mesmo que muitas vezes ele não perceba, sendo esta a vontade de Deus para que ele não caia em soberba e em vaidade, conduzindo-o assim para o perfeito cumprimento do seu trabalho apostólico como filho do Seráfico Patriarca.
Rodrigo Gonzaga
Administrador do Apostolado Espírito Franciscano
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