Apostolado Espírito Franciscano
Boletim Espiritual Franciscano nº 02, maio de 2018:
Mensagem do administrado do Apostolado Espírito Franciscano
Destaque: três santos franciscanos do mês de maio;
Maio, o mês de Maria: 7 meditações do Pe. Stefano Maria Pio Manelli;
Fotos da Festa de São Félix de Cantalice na Basílica de Nossa Senhora da Penha, na cidade do Recife.
Capa desta edição:
Mensagem do autor do
Apostolado Espírito Franciscano
Ave Maria puríssima – Sem pecado concebida!
Caríssimos leitores do Apostolado Espírito
Franciscano,
É com muita alegria que publicamos a segunda
edição do nosso Boletim Espiritual. Nesta edição, onde comemoramos o nosso
primeiro ano de Apostolado, trazemos com destaque três santos que a família
franciscana celebrou neste mês de maio: Santa Catarina de Bolonha, São Crispim
de Viterbo e São Bernardino de Sena. Trouxemos trechos de alguns escritos que estes
santos deixaram para nós como herança de suas extraordinárias riquezas
espirituais. Recordamos também neste Boletim, a prática do Mês
de Maio com Maria, onde publicamos 31 meditações, uma por dia, propostas
pelo Padre Stefano Maria Pio Manelli, fundador dos Frades Franciscanos da
Imaculada e filho espiritual de São Padre Pio, e selecionamos dentre 7
meditações, os principais trechos que servirão como conselhos para obtermos
progressos na vida espiritual, trechos estes que vão desde a teologia espiritual
ou ascética, passando pelas verdades da Fé, dos novíssimos e até a devoção à
Nossa Senhora.
Trouxemos também, por fim, algumas fotos da
festa de São Felix de Cantalice, celebrada na Basílica Nossa Senhora da Penha
na cidade do Recife em Pernambuco pelos Frades Franciscanos Capuchinhos no dia
20 deste mês (no domingo seguinte à festa do Santo, que foi no dia 18). Espero
que este segundo boletim possa servir para o benefício espiritual dos nossos
leitores e possamos assim contar com o apoio e orações de todos! Rezem pelo
nosso Apostolado e faça a sua doação para que possamos publicar os Boletins
Espirituais de modo impresso, e assim enviarmos a todos os nossos leitores assinantes,
religiosos e sacerdotes da Santa Igreja!
Em
Cristo, com Maria e São Francisco, Rodrigo Gonzaga.
Destaque:
Três santos franciscanos do mês de maio
Os santos são os modelos de perfeição que a
Santíssima Trindade nos dá para que possamos acercarmo-nos de Cristo e de sua
Santíssima Mãe. São Francisco de Assis, por sua vez, trouxe-nos um exemplo
jamais visto de desapego dos bens do mundo e dos laços terrenos. A
espiritualidade franciscana nos deixou um legado que até os dias de hoje podemos
ver inúmeros homens e mulheres buscarem servir a Cristo segundo as Regras que
compõem a Família Seráfica. Trouxemos hoje alguns escritos espirituais de três
santos franciscanos celebrados neste mês de maio: Santa Catarina de Bolonha,
religiosa da Ordem II, São Crispim de Viterbo, religoso da Ordem I e São
Bernardino de Sena, sacerdote também da Ordem I. A primeira santa se ocupou da
contemplação nos claustros, o segundo santo se entregou a Deus na total pobreza
da vida apostólica como irmão religioso, e o terceiro entregou-se a Cristo como
grande sacerdote, pregador e místico. À seguir, seguem os trechos das obras de
cada um destes santos.
Da obra De Septem Armis Spiritualibus, de
Santa Catarina de Bolonha (Ed. P Puliati, Modena 1963, p. 6-7):
Quem possui índole tão pura e humana que
queira tomar a cruz por causa de Jesus Cristo, nosso Salvador, morto no campo
de batalha para nos vivificar, precisa antes de tudo assumir para tal combate
as armas necessárias, e principalmente as que seguem, por ordem. Primeiro,
diligência; segundo, desconfiança de si mesmo; terceiro, confiança em Deus;
quarto, lembrança da paixão; quinto, pensamento de sua própria morte; sexto,
recordação da glória de Deus; sétimo, a autoridade da Sagrada Escritura.
Santa Catarina de Bolonha
A alma munida do anel valiosíssimo da boa
vontade, isto é, do amor a Deus, e que ambiciona servir a Deus em espírito e
verdade, sobretudo há de emendar-se por confissão pura e íntegra dos pecados, e
ter a resolução firme de nunca mais pecar gravemente, preferindo sofrer mil
mortes, se fosse possível. Na verdade, quem está emaranhado em pecado mortal,
não é membro de Cristo; acha-se despojado dos bens da santa Igreja, e não pode
fazer o que é útil para a vida eterna.
Por isso, como foi dito, para servir
fielmente a Deus, é necessário o propósito de evitar pecados graves. Mas,
observe que, mesmo se tiveres incorrido em pecado mortal, jamais deves
desesperar da bondade divina, nem desistir, quanto possível, de agir bem, para
te libertares do pecado. Apoiado em tal esperança, fazer o bem sempre, em
qualquer condição de vida.
Ademais, o fiel servo de Cristo deve estar
pronto a seguir o caminho da cruz, porque todos os que servem a Deus têm de
lutar contra os adversários do mesmo Deus, e esperar deles vários e acerbos
ferimentos. São, portanto, exigidas ótimas armas para se combater com valor
contra os inimigos.
Trecho de uma Carta de São Crispim de
Viterbo, escrita ao seu amigo Dom Giuseppe Smaghi (Carta enviada no dia 15 de
janeiro de 1750; cf. Anacleta OFMCap., 1911, p. 22s).
Fiquei satisfeito em saber, por sua carta,
que o senhor abraça de coração os santos ensinamentos que nos deixou nosso
amado Senhor no santo Evangelho. Realmente lá se encontra a estrada segura e
certa para caminhar segundo a sua santíssima vontade, bem como na meditação da
sua vontade e de sua santíssima Vida e Paixão, que é escola segura para não
errar e para exercitar as santas virtudes. Mas é preciso que o senhor tome uma atitude
generosa e viril par aafastar de si toda perturbação e qualquer temor
São Crispim de Viterbo
Às vezes eles nascem de indisposição natural,
outras vezes provêm de uma maquinação diabólica e algumas vezes de causa
externa. Venham de onde vierem, o senhor procure rejeitá-los e lembre-se do que
diz o Espírito Santo no Eclesiástico: Expulsa
a tristeza para longe de ti. Pois a tristeza já causou a perdição de muitos e
não traz proveito algum (Eclo 30, 24-25). E o senhor ficar refletindo sobre
este sentimento de tristeza, não diminuirá o mal que contrista, antes, aumenta
a sua intensidade. Portanto, exorto-o a apoar-se sempre no amado Senhor que
diz: Sem mim, nada podeis fazer (Jo
15, 5). Pois por nós mesmos não somos capazes de realizar algo de bom, mas
estamos obrigados a fazer o que podemos de nossa parte.
Por isso, se o senhor previr que há de
perturbar-se indo ao confessionário ou realizando outra ação do seu ofício para
a glória de Deus, nem por isso deve deixa de ir, mas vá alegremente, não
fazendo caso da possível chateação. Antes deve cortar todo pensamento da
eventual perturbação, pela qual se vê assaltado, e dizer: eu vou fazer a
vontade de Deus e vou por seu amor. E procure, enquanto depender de si, estar
sempre alegre no Senhor e distrair-se com coisas agradáveis, mas boas e santas,
quando for assaltado pela melancolia. Não deixarei de recomendá-lo de todo o
coração ao amado Senhor e à nossa Mãe Santíssima, para que lhe concedam a graça
e a força de vencer esta adversidades, mas esteja certo de que sua alma terá um
grande proveito, porque o amantíssimo Jesus nos manda estas provações para mais
nos enriquecer dos bens celestes.
Trecho de um sermão de São Bernardino de Sena
(Sermo 49. De glorioso Nomine Jesu Christi, cap. 22: Opera omnia, 4, 505-506)
O nome de Jesus é a luz dos pregadores porque
ilumina com o seu esplendor os que anunciam e os que ouvem a Sua palavra. Por
que razão a luz da fé se difundiu no mundo inteiro tão rápida e ardentemente,
senão porque foi pregado este Nome? Não foi também pela luz e suavidade do nome
de Jesus que Deus nos chamou para a sua luz maravilhosa? (1Pd 2,9). Com razão
diz o Apóstolo aos que foram iluminados e nesta luz vêem a luz: Outrora éreis
trevas, mas agora sois luz no Senhor. Vivei como filhos da luz (Ef 5,8).
Portanto, é necessário proclamar este Nome para que a Sua luz não fique oculta,
mas resplandeça. Entretanto, Ele não deve ser pregado com o coração impuro ou
com a boca profanada; deve ser guardado e proferido por meio de um vaso
escolhido.
São Bernardino de Sena
Por isso, diz o Senhor, referindo-se ao
Apóstolo: Este homem é para mim um vaso escolhido para anunciar o meu nome aos
pagãos, aos reis e ao povo de Israel (cf. At 9,15). Um vaso escolhido, diz o
Senhor, onde se expõe uma bebida de agradável sabor, para que o brilho e o
esplendor dos vasos preciosos provoquem desejo de beber: para anunciar -
acrescenta - o meu nome.
Com efeito, para limpar os campos se queimam
com o fogo os espinheiros secos e inúteis; aos primeiros raios do sol nascente,
as trevas desaparecem, e os ladrões, os noctívagos e os arrombadores de casas
desaparecem. Da mesma forma, quando Paulo pregava aos povos - semelhante a um
forte estrondo de trovão ou à irrupção de um violento incêndio mais luminoso
que o nascer do sol - desaparecia a falta de fé, morria a falsidade e
resplandecia a verdade, à semelhança da cera que se derrete ao calor de um fogo
ardente.
Ele levava o nome de Jesus a toda parte por
meio de suas palavras, cartas, milagres e exemplos. De fato, continuamente
louvava o nome de Jesus e cantava-lhe hinos de ação de graças (Eclo 51,15; Ef
5,19-20). O Apóstolo também apresentava este Nome como
uma luz aos pagãos, aos reis e ao povo de Israel, iluminava as nações e
proclamava por toda parte: A noite já vai adiantada, o dia vem chegando:
despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz. Procedamos
honestamente, como em pleno dia (Rm 13,12-13). E mostrava a todos a lâmpada que
arde e ilumina sobre o candelabro, anunciando em todo lugar a Jesus Cristo
crucificado (1Cor 2,2).
Assim, a Igreja, esposa de Cristo, sempre
apoiada em Seu testemunho, alegra-se com o Profeta, dizendo: Deus, Vós me
ensinastes desde a minha juventude, e até hoje canto as Vossas maravilhas (SI
70,17), isto é, continuamente. Também o mesmo Profeta
a isto nos exorta: Cantai ao Senhor Deus e bendizei Seu santo nome! Dia após
dia anunciai Sua salvação (Sl 95,2), quer dizer, Jesus, o Salvador.
O mês de Maria
Durante cada dia deste mês, o Apostolado
Espírito Franciscano publicou em seu blog na internet uma série de meditações
sobre os mais diversos temas da vida espiritual. A proposta foi de melhor viver
o Mês de Maio, antiga prática devocional muito aconselhada pelos santos para se
melhor viver este mês de graças dedicado à Santíssima Virgem Maria. As 31
meditações que trouxemos foram tiradas do livro “Um Mês Com Maria” de autoria
do fundador dos Franciscanos da Imaculada, Padre Stefano Maria Pio Manelli. O livro
é pequeno, mas traz consigo uma riqueza espiritual única, compilando em um mês
todas as verdades espirituais e doutrinárias que todo cristão tem o dever de
conhecer. Para resumir esta obra do Pe. Manelli, escolhemos trechos de 7
meditações que certamente serão de muito bom proveito ao leitor.
1
– A Salvação da Alma
Maria apareceu em Fátima
para nos lembrar, sobretudo, da necessidade da salvação da alma. Por isso ela
recomendou com insistência aos 3 pastorzinhos de rezar e fazer penitência pela
conversão dos pecadores: "Muitas almas vão para o inferno porque não há
quem reze e se sacrifique por elas!". Antes de mais nada, Maria se
preocupa em salvar as nossas almas. Na verdade, Ela se preocupa também com
nossas necessidades temporais; mas a Graça que Ela quer nos conceder antes de
todas as outras é certamente a salvação da alma. Essa é certamente a Graça das
Graças, a Graça que vale a eternidade do Paraíso.
O Apóstolo São Pedro
escrevia aos cristãos: "Conseguindo a meta da Vossa Fé, isto é, a salvação
das vossas almas". (I Pd 1,9) Mas nós, que conta fazemos da salvação da
nossa alma? Nos preocupamos mesmo? Como é triste, infelizmente, dever responder
que muitas vezes fazemos como aqueles filhos doentes que, ao invés de pensar em
fazer a devida cura e recobrar a saúde, são indiferentes à cura e só pensam em
divertir-se!
2
– O Juízo de Deus
A meditação sobre o Juízo de
Deus é tão saudável ao homem que Santo Agostinho dizia: "Se os cristãos
não ouvissem outra pregação além daquela sobre o juízo de Deus, só esta
bastaria para fazer observar o Evangelho e viver santamente na Graça!". E
na verdade não mudariam talvez tantos nossos comportamentos se muitas vezes
tivéssemos a coragem de nos perguntar: Como gostaria de achar-me agora sob o
Juízo de Deus? Tal recomendação nos vem feita também por São Tiago: "Falai
e procedei como quem deve ser julgado!" (Tg 2,12).
O Juízo de Deus será um
verdadeiro juízo e glorificará sem fim a Justiça de Deus que "submeterá a
juízo cada obra, por quanto escondida, boa ou má que seja". (Tg 12,14). Ao
juízo de Deus nós aparecemos o que fomos, sem máscaras nem fingimentos, com
todas as nossas culpas mais secretas e vergonhosas. Nada poderá fugir aos olhos
de Deus, nem uma fragilidade, nem uma palavra ociosa. (Mt 12,36).
3
– A Vida na Graça
Nossa Senhora foi chamada
pelo Anjo Gabriel “plena de graça” (Lc 1,28). E nós sabemos que “plena de
graça” quer dizer plena de Deus. Também dizemos de nós mesmos: estou em graça
de Deus ou estou sem a graça de Deus. Ou seja: tenho Deus na alma ou tenho
Satanás: “Quem não está comigo, está contra mim” (Mt 12,30). O que é a graça,
então? É a vida divina da alma. Quando uma alma está em graça de Deus
“participa da natureza divina” (2 Pd 1,4).
Não se torna Deus, mas é
unida, é cheia, é imensa em Deus: como uma esponja imersa na água e fica cheia
de água. Já estes poucos pensamentos podem chegar a nos fazer entender a
preciosidade sem fim que possui a alma do cristão em graças de Deus. Tinha
certamente razão o Papa São Leão Magno de exclamar: “Reconhece, ó cristão, a
tua dignidade; e, participando da natureza divina, livre-te de destruir, com
atos indignos, a tua grandeza”
4
– O Pecado
Se desobedece aos santos
desejos de Deus, e se obedece às vontades da Carne, do demônio, do mundo. O
pecado nos faz calcar os Mandamentos de Deus e nos faz amar as vontades dos
nossos instintos e das nossas paixões. O pecado traz desordem, desequilíbrio, ruína,
no homem e nas coisas, embora o pecador se iluda em achar que o pecado é um
bem. Basta pensar no primeiro pecado, aquele de Adão e Eva.
Atrás da sedução de se
tornar “como Deus” o pecado trouxe a ruína a toda a humanidade e a toda a
criação (Gn 3). Por que o dilúvio na terra? Por causa do pecado (Gn 6 e 7). Por
que Sodoma e Gomorra foram incineradas? Pelo pecado (Gn 1, 1-29). Por que Tiro,
Sidon, Corozain, Carfanaum e Jerusalém foram destruídas? Pelo pecado. Por que
as guerras e as devastações entre os povos? Por que tantas famílias “são” um
inferno? Por que tem tantos homens que vão para o inferno? Pelo pecado. Tinham
razão alguns Santos em tremer só de ouvir pronunciar a palavra pecado.
5
– A Oração
O pensamento de Jesus é
claro: o cristão deve se esforçar por rezar continuamente, por ter
constantemente oferecido a Deus todo a si mesmo e tudo o que faz: "Rezar
sempre, sem desfalecer"; "Vigiai e rezai para não cair em
tentação" (cf. Lc 18,1; Mc 14,38) Qual tentação? a tentação de agir por
egoísmo ou fazer obras por cálculo ou interesse e não por amor a Deus e ao
próximo. A oração é indispensável para que fiquemos sempre no caminho que nos
leva a Deus. Quando não é possível rezar longamente, façamos uma oração rápida,
semelhante às pequenas sementes que ao longo do dia são semeadas na Terra das
ações a fazer. É a oração das breves jaculatórias, dos rápidos atos de amor das
piedosas ofertas. O Papa Paulo VI a chamava "oração faísca". S.
Francisco de Assis, S. Tomás de Aquino, S. Afonso, S. Bernadette, S. Gema
Galgani... que uso ardente e constante não faziam desta oração
"faísca". As almas deles talvez não estavam continuamente em faíscas?
S. Maximiliano Maria Kolbe recomendava muito esta oração faísca para crescer no
amor à Imaculada. Isso também vale para nós.
6
– A Pureza
A pureza é a virtude mais
límpida de Nossa Senhora. O esplendor da sua Virgindade sempre intacta faz
d'Ela a criatura mais radiosa que se possa imaginar: a Virgem mais Celestial,
toda "candor de luz eterna" (Sb 7,26). O dogma de fé na Virgindade
Perpétua de Maria Santíssima, o dogma de fé na Concepção Virginal de Jesus por
obra do Espírito Santo, o Dogma de fé na Maternidade Virginal de Maria: esses 3
dogmas investem a Imaculada de um esplendor virginal que "os céus dos céus
não podem conter". (I Re 8,27) E através dos séculos, na Igreja, à ditosa
Virgem, se inspiraram as filas angélicas das virgens que começaram já desta
terra a viver só de Jesus para seguir o Cordeiro no tempo e na eternidade (cf.
Ap 14,4).
E se existiram ou existem dementes
que querem jogar as sombras das baixezas deles sobre uma verdade de fé tão
resplendente como a Virgindade de Maria, além de S. Jerônimo (que desbaratou os
heréticos Elvídio e Joviniano) e S. Ambrósio (que escreveu páginas de encanto
supremo sobre a Virgindade) toda a Igreja no seu caminho milenar celebrou e
glorificou em Maria, a Toda Virgem, a Sempre Virgem na alma e no corpo, a
Virgem Santa consagrada divinamente pela presença do Verbo de Deus que n'Ela se
encarnou , revestindo-se da mesma Virgindade da Mãe.
7
– A Devoção a Nossa Senhora
Muito conhecido, mas sempre
belo e significativo este episódio: Uma mãe ensina seu filho como fazer o sinal
de cruz. Pega sua mãozinha e leva à testa: "Em nome do Pai, Filho e
Espírito Santo. Amém. Repete comigo." "Mas, mãe, onde está a
Mamãe?" Comovente intuição. A presença da mãe não é secundária para a vida
cristã. Ou seja: a devoção a Nossa Senhora não é absolutamente um ornamento a
mais, mas é indispensável. Ao contrário, Jesus obscurece-se quando Maria está à
sombra - escreveu o Pe. Faber - ou seja, sem a devoção mariana, decai até o
amor a Jesus. Neste sentido, o grande S. Afonso Maria de Ligório queria a
presença de Maria em tudo o que fazia. Quando pregava, queria a imagem dEla
junto aonde estava pregando. Disse àqueles que estavam perto: "Hoje não
fará grande efeito o sermão, porque Nossa Senhora não está aqui".
A Igreja ensina que a
devoção a Maria é moralmente necessária ao cristão para se salvar, porque é
elemento qualificador de piedade genuína da Igreja (Marialis cultus,
introdução) E ainda: a piedade da Igreja através da Virgem Maria é elemento
intrínseco do culto cristão (Ivi,56.) Nunca poderemos ficar conformes a Jesus
se não amamos Maria Santíssima como Ele. Este é o elemento fundamental da vida
cristã, dizia o Papa Pio XII. Maria deve ocupar em nossa vida o lugar que a mãe
ocupa na família, ou seja, o lugar do centro vital, de coração e de amor. O que
é uma família sem mãe?
Festa de São Felix de Cantalice no Recife
Nos dias 18 e 20 de maio os Frades
Capuchinhos do Recife celebraram com muito júbilo a festa de São Felix de
Cantalice, o primeiro santo capuchinho canonizado. A festa ocorreu na Basílica
de Nossa Senhora da Penha, no bairro do Recife, em Pernambuco. A basílica
possui uma belíssima arquitetura neorrenascentista e foi reaberta há alguns
anos após bastante tempo fechada para reforma.
Com altares laterais de São João Batista,
Nossa Senhora do Bom Conselho, Nossa Senhora do Líbano, São Francisco de Assis,
Sagrado Coração de Jesus, Santo Antônio de Pádua, São Felix de Cantalice e
Nossa Senhora das Dores, a basílica conta também com o túmulo de Dom Frei
Vital, bispo de Olinda e Recife que foi morto pela maçonaria em 1878.
O altar central, suntuoso, conserva a beleza
dos altares antigos onde antes da reforma litúrgica (1969) era celebrada o
Santo Sacrifício da Missa segundo o Missal de São Pio V (1570). Em todas as
sextas-feiras do ano a Basílica fica aberta durante o dia inteiro, com Missas
sendo celebradas em vários horários diferentes, confissões sendo atendidas nos
confessionários por diversos sacerdotes capuchinhos e a cada hora ocorre a
bênção com o óleo e a relíquia do osso de São Félix de Cantalice.
Para quem deseja recolher-se em oração, na
capela lateral do altar do Sagrado Coração de Jesus o Santíssimo Sacramento
fica guardado para adoração dos fiéis. A popularmente conhecida Bênção de São
Félix é muito tradicional no Recife e ocorre há mais de 70 anos. Abaixo, com a
colaboração de Frei Renielson OFMCap e de Frei Dimas OFMCap, seguem algumas
fotos da Basílica de Nossa Senhora da Penha e da Festa de São Félix de
Cantalice.
O trabalho realizado pelos capuchinhos desta
basílica é admirável. A presença e participação dos fiéis é muito grande nos
sacramentos da Confissão e da Santíssima Eucaristia. Muitos trabalhadores e
fiéis que vão ao centro do Recife às sextas-feiras sempre marcam presença na
basílica ao menos para receberem a bênção com o óleo de São Félix de Cantalice,
um sacramental que atrai muitas bênçãos e até mesmo milagres de curas
espirituais e corporais para aqueles que devotamente o recebe.
Durante a parte da manhã o fluxo de pessoas é
altíssimo, não sendo possível encontrar lugares para poder sentar-se entre os
bancos colocados voltados para o altar mor, mas para quem prefere um ambiente
mais silencioso e tranquilo, o turno da tarde é bastante calmo, as filas para
os confessionários são menores, o que rapidamente é interrompido quando chega o
horário da próxima Missa: muitas pessoas se dirigem à igreja para receberem a
Sagrada Comunhão Eucarística.
Fotos:
Altar lateral de São Francisco de Assis.
Um dos confessionários utilizados pelos
sacerdotes capuchinhos da Basílica de Nossa Senhora da Penha.
Altar lateral de Nossa Senhora das Dores -
“Mater Dolorosa”
Imagem
de São Félix de Cantalice, e ao fundo vemos o altar mor com a imagem de Nossa
Senhora da Penha.
Relíquia “ex ossibus” de São Félix de
Cantalice
Altar lateral do Sagrado Coração de Jesus –
com o Santíssimo Sacramento guardado no Tabernáculo.
Parte central da Basílica de Nossa Senhora da
Penha e parte do presbitério. Ao fundo, podemos ver o altar lateral de Nossa
Senhora das Dores – “Mater Dolorosa”.
Cruz indulgenciada. 100 dias de indulgência
para quem tocar, rezar um Pai Nosso e beijar esta cruz. Uma concessão do Papa
Leão XIII. Nos dias de hoje esta indulgência é chamada de “indulgência parcial”.
Nave central da Basílica de Nossa Senhora da
Penha. Podemos ver no alto algumas das belas abóbadas da basílica, no centro
vemos o altar mor com a Imagem de Nossa Senhora da Penha com as imagens de São Francisco de Assis (à esq.) e Santo Antônio de Pádua (à dir.).
Altar lateral de São Félix de Cantalice,
irmão religioso capuchinho.
A imagem de São Felix de Cantalice no andor.
Procissão com o andor com a imagem de São
Félix de Cantalice. Guiando a procissão, Frei Luís de França OFMCap, pároco da Basílica
de Nossa Senhora da Penha
Frei Luís de França OFMCap com a relíquia “ex
ossibus” de São Félix de Cantalice em suas mãos para abençoar os fiéis
presentes.
Pax et Bonum!
T
Boletim Espiritual Franciscano
Uma iniciativa do Apostolado Espírito Franciscano - "Servite Pauperes Christi"
Autor: Rodrigo Gonzaga
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